quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

HEMORRAGIA ADMINISTRATIVA

Hemorragia é a perda de sangue do sistema circulatório. Quando essa perda é considerável, ela pode levar a pessoa à morte. A hemorragia pode ser interna ou externa, e, destes dois tipos, a interna é a mais perigosa, principalmente, devido ao tempo que se leva para identificá-la, além do que, os procedimentos para o estancamento são de difícil implementação, o que aumenta o risco de falência do organismo. A externa, porém, por ser rapidamente identificada, torna-se menos perigosa, uma vez que as providências para o estancamento são prontamente tomadas.

Sangue é vida. Sem ele os organismos perecem. Para que haja abundante oferta desse elemento vital, o poder público e a iniciativa privada mantêm os bancos de sangue ou hemocentros, para atender as necessidades dos hospitais.

Analogamente, a Administração Pública é também um “organismo vivo” que tem a sua sobrevivência garantida pela arrecadação dos impostos, cuja importância pode ser, metaforicamente, assemelhada ao sangue.

Contudo, desde a independência do Brasil até bem pouco tempo atrás, o Brasil sofria de uma espécie de hemorragia interna, onde os recursos gerados pelos diversos setores produtivos eram derramados por uma ferida interna, outrora de localização desconhecida, tornando-se hoje de fácil visualização.

Fraudes, más gestões e ineficiências administrativas, drenam os frutos do trabalho dos brasileiros. Infelizmente, não se observa qualquer atitude por parte dos administradores, das autoridades judiciárias, legislativas e policiais, a fim de coibir e punir as ações negligentes e, por vezes criminosas. Ao contrário, pessoas muitas vezes vão a público reclamar interesses seus prejudicados ou a fatia maior do bolo que lhes cabia.

Observe-se, portanto, a disputa travada na Câmara Legislativa do Distrito Federal pelos cargos de natureza especial, leia-se a matéria publicada no  Correio Brasiliense; observe-se, também, a disputa entre o PMDB e o PT pelos cargos de segundo escalão na ELETROBRAS/FURNAS, inclusive com possível denúncia de malversação de recurso, leia-se a matéria publicada no jornal O Globo; observe-se, ainda, a questão das aposentadorias especiais, lendo-se a matéria também publicada no jornal O Globo.

São milhões e milhões de reais, para não dizer bilhões de reais que se esvaem dos cofres públicos sem que nada seja feito para acabar com essa farra. Talvez essa hemorragia não seja sentida pelo Estado, uma vez que o “estoque de sangue” (tributos) é garantido pelo “hemoimposto” (Receita Federal).

Na verdade, a dor é do Povo. O povo que entrega parte considerável do seu suado salário para financiar a farra administrativa, não obstante à deficiência dos serviços prestados pelo próprio Estado, em função da falta de investimento desses recursos fácil e dolorosamente colhidos.

Até quando se suportará, o comportamento negligente e por vezes criminoso dos representantes do povo? Precisa-se, urgentemente, de mudança de atitudes. Precisa-se, da mesma forma que se abandone a imagem de idiota, que se tem do povo. Ontem, 01/02/11, iniciou-se nova legislatura, bem como o início dos trabalhos das Casas Legislativas. Que o Povo Brasileiro volte os seus olhos para observar o desempenho daqueles recentemente empossados, a fim de que a qualquer sinal de desvio ético ou moral possa cobrar a apuração e a punição dos responsáveis.

É tempo de parar com o consumo de pizza recheada de corrupção.

A ferida tem que ser cauterizada. Estanque-se a hemorragia!

2 comentários:

Unknown disse...

Olá.
Belo Texto,parabéns.
Post publicado na Teia.
Até.

Feijão disse...

Quem sabe seguindo exemplo de ação popular (que nunca é somente popular tendo em vista o dedo de políticos por traz de lideranças), como ocorre hoje no Egito, o Brasil não abre os olhos e aprende que governantes são feitos pelo povo, para o povo e não para uma minoria que detém o poder adquirido pelo voto de confiança. E que também que eles não deveriam estar em plena quinta-feira jogando bola em praias cariocas, a exemplo de nosso novo parlamentar Romário (matéria publicada na revista Agora São Paulo http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u871124.shtml).

O pior e ver o povo achando isso bonito.

Ótima Postagem.

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