segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

LEI DE GÉRSON, VOCÊ JÁ OUVIU FALAR?

No dia 12 de janeiro de 2011, postei o artigo “VOCÊ SABE O QUE É CIDADANIA?”, depois de alguns dias recebi o seguinte comentário: “A cidadania inteligente. A velha "Lei de Gerson" não tem espaço no exercício da cidadania plena”.

Faz muito tempo que não ouço falar na “Lei de Gerson”, para falar a verdade nem me lembrava mais dela. Mas, o comentário me trouxe à lembrança a velha lei e, que muito se aplica naquilo a que me referi no artigo, direitos e deveres.

Sei que muita gente não se lembra e/ou não conhece essa lei, mas faz uso dela como regra de vida. Então, vou fazer um breve comentário acerca a referida lei.

Inicialmente, vamos falar do seu divulgador Gérson de Oliveira Nunes (Canhotinha de Ouro), ele foi um dos integrantes da maravilhosa seleção brasileira de futebol, tricampeã mundial em 1970, dono de uma perna esquerda de precisão cirúrgica, que efetuava lançamentos de 50, 60 metros de distância, como se fosse a dois metros.

Esse cidadão, no meado dos anos 70, foi o garoto propaganda de uma marca de cigarro de nome Vila Rica, propaganda em que ele dizia o seguinte: “... Gosto de levar vantagem em tudo, certo. Leve vantagem você também ...”.

Então, a frase ficou conhecida como a Lei de Gérson e, toda vez que uma pessoa passava a perna em alguém, dizia-se que ela aplicou a Lei de Gérson. Pois, o negócio era levar vantagem não importando a que preço.

Este princípio é totalmente contrário à ética, e de forma alguma pode ser aplicado no convívio social. Como eu disse os nossos direitos estão atrelados aos nossos deveres, sendo necessário cumprir os deveres, para só então exercer os direitos, é claro que alguns direitos não remetem a nenhum dever e vice-versa.

Só que, quando eu deixo de cumprir com o meu dever, certamente, estarei afetando o direito de alguém, tal omisão trará desequilíbrio naquele sistema interligado, e, por conseguinte, um prejuízo social muitas vezes de sérias consequências. Agir assim é exercer uma cidadania irresponsável.

Contrario sensu, o exercício da cidadania inteligente, nos remete para a obediência as leis, ao cumprimento das obrigações e o respeito ao próximo, de forma a manter o sistema equilibrado, preservando a paz social.

É comum ouvir as pessoas dizendo que o sistema não funciona, que o sistema é imperfeito, às vezes eu concordo que existem falhas. Contudo, essas pequenas falhas não trazem tantos problemas, até porque são estruturais e podem ser corrigidas.

Agora, no meu modo de ver o maior problema do sistema surge quando o resultado pretendido depende, diretamente, da ação das pessoas, quando é exigida uma conduta qualquer e, o responsável pela conduta acha que não tem a obrigação de adotá-la, neste momento surge o problema, que não tem nada haver com o sistema, mas afeta diretamente o seu funcionamento.

Por isso, o exercício da cidadania inteligente e plena está diretamente relacionado a um comportamento ético e moral, não havendo espaço, para a aplicação da “Lei de Gérson” que, normalmente, reflete um comportamento antiético e amoral.

Agora reitero a pergunta. Qual o tipo de cidadania você exerce, a inteligente ou a irresponsável?

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